quarta-feira, 15 de maio de 2013

Incentivos à exportação e mão de obra qualificada são essencias para empresas

Essa foi a conclusão dos empresários, brasileiros e alemães, que participaram do painel de micro e pequenas empresas no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha nesta terça (14), em São Paulo (SP)


EEBA - Workshop PMEs
O comércio exterior tem diferente importância para as micro e pequenas empresas brasileiras e alemãs. Enquanto para os germânicos é um fim, uma necessidade de sobrevivência, porque o mercado interno não é tão grande, para os empresários brasileiros a exportação é mais uma etapa do plano de negócios. Mudar essa percepção, por meio de incentivos e programas públicos, é o grande desafio para a internacionalização das empresas brasileiras.

"As micro e pequenas indústrias alemãs sobrevivem das exportações porque o mercado interno alemão não tem o mesmo tamanho que o brasileiro. Exportar para os países vizinhos, como a Holanda, que fica a 50 quilômetros de algumas das principais cidades alemãs, é natural e essencial", afirmou Reinhold Festge, presidente da Latin America Initiative of German Business, durante o segundo e último dia do evento, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a congênere alemã BDI e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De acordo com ele, essas empresas conseguem investir porque têm apoio do governo alemão.

Gutemberg Uchoa, secretário para o Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, concordou com Festge e disse que mecanismos de apoio governamental são fundamentais do ponto de vista financeiro. "Uma empresa iniciante precisa de capital para investir, capital de giro, e dificilmente consegue captar no mercado porque tem poucas garantias a oferecer. Se queremos que as micro e pequenas empresas se perpetuem e passem a exportar, precisamos garantir que tenham meios financeiros para isso", disse Uchoa.

INTERNACIONALIZAÇÃO - O gerente do escritório da Agência Brasileira de Promoção das Exportações (APEX-Brasil) na Europa, Alex Figueiredo, ressaltou que a agência tem notado, nos últimos dez anos, uma mudança no perfil das empresas brasileiras que buscam se internacionalizar. "Elas estão num estágio mais avançado tecnologicamente e mais preparadas do ponto de vista da gestão dos negócios", destacou. "Mas ainda é diferente apresentar uma empresa brasileira na Alemanha, mostrar que temos tecnologia, que temos qualidade, do que apresentar uma indústria alemã no Brasil, onde ela é automaticamente associada à qualidade e à tecnologia", complementou.

Um dos pontos destacados pelos especialistas foi a qualificação da mão de obra. "Esse é um ponto-chave para as empresas desse porte. Sem recursos humanos qualificados a sobrevivência delas se torna difícil e a exportação mais difícil ainda", afirmou Volker Treier, vice-presidente da AHK, a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.

Para Reinhold Festge, nesse quesito um importante aliado da indústria brasileira é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). "O SENAI tem todas as condições de prover a mão de obra qualificada para a indústria, se aproximando cada vez mais das empresas de menor porte e buscando suprir as suas necessidades", disse.



Por Theo Saad, de São Paulo (SP)
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