terça-feira, 14 de maio de 2013

Brasil precisa investir em infraestrutura para ganhar competitividade internacional


Ao discutiu competitividade em painal do 31º EEBA, empresários concordaram que a resolução dos problemas de infraestrutura devem dar maior salto de competitividade para a indústria brasileira


Investir pesada e estrategicamente em infraestrutura, nos próximos anos, é um dos principais meios de o Brasil ganhar mais competitividade internacional. Essa foi a conclusão de especialistas brasileiros e alemães durante o painel "Competitividade, um fator-chave para o crescimento", realizado no 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela congênere germânica BDI e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta segunda (13) e terça-feira (14) em São Paulo (SP).

Tanto para brasileiros quanto para alemães, são várias as frentes em que o país precisa caminhar mais celeremente para resolver os problemas da falta de competitividade, como educação, burocracia, investimento, custo do financiamento, inovação e carga tributária. Mas, na opinião dos especialistas, a infraestrutura é hoje o principal entrave a um maior crescimento econômico do país, uma vez que encarece demais os custos finais dos produtos, em especial dos que saem do campo e das fábricas a preços competitivos.

"O que falta ao Brasil é estratégia. Precisamos ter um planejamento cuidadoso dos investimentos que serão feitos, para maximizar os resultados. Do contrário, investiremos muitos recursos onde não haverá retorno", disse Roberto Rodrigues, membro do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) e ex-ministro da Agricultura.

Para Davir Kupfer, assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de serem estratégicos, os investimentos em infraestrutura terão de ser massivos. "O déficit no setor não pode ser somente resgatado. Temos de pensar adiante e avaliar onde poderemos construir vantagens competitivas. Não apenas igualar condições com os concorrentes", ressaltou.

De acordo com José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, o Brasil pode, e deve, ter mais ambição, principalmente no setor de infraestrutura. "O país tem de pensar que pode mais e melhor, de que pode crescer mais rapidamente. Para isso, precisamos investir com inteligência", disse.

Já para Holger Apel, vice-presidente da KfW IPEX-Bank GmbH, os alemães têm todo o interesse em cooperar com o Brasil. "Não que tenhamos resolvido todos os nossos problemas de infraestrutura e logística, mas temos uma experiência considerável no setor e também em financiamento. Estamos preparados para ajudar o Brasil, investindo aqui, financiando projetos e apoiando empresas brasileiras", destacou Apel.

Kupfer, do BNDES, disse que, a partir da resolução de problemas básicos como infraestrutura, burocracia e financiamento caro, a indústria brasileira poderá se concentrar em crescer e se desenvolver. "De preferência em diversos setores, atuando com competitividade em todas as áreas", complementou.



Por Theo Saad, de São Paulo (SP)
Para o Portal da Indústria


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