terça-feira, 14 de maio de 2013

Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2013

CNI diz que Brasil não é protecionista e pede o fim da bitributação aos alemães

No primeiro painel do Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, também defendeu um acordo de livre comércio


Robson Braga de Andrade 

"O Brasil é um país de oportunidades. Hoje somos uma grande oportunidade de investimentos para todos os países"- Robson Braga de Andrade
Protecionismo, acordos de livre-comércio e bitributação. Três delicados temas para o comércio exterior brasileiro dominaram as discussões do primeiro painel do 31º Encontro Empresarial Brasil Alemanha (EEBA), evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sua congênere alemã Bundesverband der Deutchen Industries (BDI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda (13) e terça-feira (14), em São Paulo (SP).

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que o "Brasil não é protecionista" e que a "Alemanha pode ser mais protecionista do que o Brasil". A declaração recebeu o apoio do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel. "O Brasil sabe do seu potencial e de sua responsabilidade. Não somos nem poderíamos ser protecionistas. Seria um tiro no próprio pé", disse o ministro.

Segundo Andrade, o Brasil está aberto a investimentos estrangeiros em inovação e infraestrutura, entre outros. O presidente da CNI lembrou que o déficit na balança comercial brasileira, de quase US$ 6 bilhões nos primeiro trimestre de 2013, também mostra que o país tem importado máquinas e equipamentos e, portanto, está aberto ao comércio internacional. "O Brasil é um país de oportunidades. Hoje somos uma grande oportunidade de investimentos para todos os países, em energias renováveis, infraestrutura de transportes, de logística, petróleo e gás, além de defesa e saúde", enumerou.

ACORDOS COMERCIAIS -
O presidente da CNI garantiu ainda que o governo brasileiro tem o apoio da indústria nacional para firmar acordos de livre-comércio. "A CNI tem abraçado a assinatura de tratados de livre-comércio. Temos mostrado ao governo exemplos de países que conseguiram aumentar suas exportações", destacou.

A única ressalva é sobre a forma como os acordos serão produzidos. Robson Braga de Andrade afirmou que o Brasil não pode simplesmente trocar o mercado de produtos manufaturados para exportar mais commodities agrícolas para o mercado europeu. "Sem uma indústria forte não seremos nem a quarta, nem a quinta nem a sexta economia do mundo", afirmou.

O presidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), Ingo Plöger, vê com preocupação dois acordos de livre-comércio que estão sendo construídos, um deles no "quintal" brasileiro. O primeiro é a Aliança para o Pacífico, uma parceria entre Chile, Colômbia, Peru e México. O segundo é o acordo entre Estados Unidos e União Europeia, em gestação.

Plöger diz que norte-americanos e europeus sentaram para discutir normas fitossanitárias e as barreiras de saúde. "Quem discute normas, discute barreiras não-tarifárias", lembrou. A preocupação é válida porque o principal entrave entre o comércio dos Estados Unidos e da União Europeia são as barreiras não-tarifárias. Além disso, essas negociações poderiam beneficiar os parceiros brasileiros e desviar mercados do Brasil.

O ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, garantiu que no segundo semestre o Mercosul fará uma oferta à União Europeia rumo ao acordo comercial. "Vejo com otimismo", garantiu.

BITRIBUTAÇÃO - Robson Andrade afirmou que o acordo de bitributação entre Brasil e Alemanha é extremamente importante. "Temos trabalhado para que volte a acontecer", lembrou o presidente da CNI. Ele contou que em 2012, durante sua visita à Alemanha, o governo germânico ficou de mandar uma missão alemã ao Brasil, mas que os técnicos não vieram.

Segundo a secretária de Estado do Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha, Anne Ruth Herkes, o acordo de bitributação não é simples. "Precisamos de boa vontade. É um salto para dentro da água fria. Desejamos o acordo de bitributação, mas temos que ter paciência", disse Herkes.

Postado Por: portaldaindustria.com.br

luchartedecormoveis.wix.com/hi-luch


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário