No primeiro painel do Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, também defendeu um acordo de livre comércio
"O
Brasil é um país de oportunidades. Hoje somos uma grande oportunidade
de investimentos para todos os países"- Robson Braga de Andrade
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que o "Brasil não é protecionista" e que a "Alemanha pode ser mais protecionista do que o Brasil". A declaração recebeu o apoio do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel. "O Brasil sabe do seu potencial e de sua responsabilidade. Não somos nem poderíamos ser protecionistas. Seria um tiro no próprio pé", disse o ministro.
Segundo Andrade, o Brasil está aberto a investimentos estrangeiros em inovação e infraestrutura, entre outros. O presidente da CNI lembrou que o déficit na balança comercial brasileira, de quase US$ 6 bilhões nos primeiro trimestre de 2013, também mostra que o país tem importado máquinas e equipamentos e, portanto, está aberto ao comércio internacional. "O Brasil é um país de oportunidades. Hoje somos uma grande oportunidade de investimentos para todos os países, em energias renováveis, infraestrutura de transportes, de logística, petróleo e gás, além de defesa e saúde", enumerou.
ACORDOS COMERCIAIS - O presidente da CNI garantiu ainda que o governo brasileiro tem o apoio da indústria nacional para firmar acordos de livre-comércio. "A CNI tem abraçado a assinatura de tratados de livre-comércio. Temos mostrado ao governo exemplos de países que conseguiram aumentar suas exportações", destacou.
A única ressalva é sobre a forma como os acordos serão produzidos. Robson Braga de Andrade afirmou que o Brasil não pode simplesmente trocar o mercado de produtos manufaturados para exportar mais commodities agrícolas para o mercado europeu. "Sem uma indústria forte não seremos nem a quarta, nem a quinta nem a sexta economia do mundo", afirmou.
O presidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), Ingo Plöger, vê com preocupação dois acordos de livre-comércio que estão sendo construídos, um deles no "quintal" brasileiro. O primeiro é a Aliança para o Pacífico, uma parceria entre Chile, Colômbia, Peru e México. O segundo é o acordo entre Estados Unidos e União Europeia, em gestação.
Plöger diz que norte-americanos e europeus sentaram para discutir normas fitossanitárias e as barreiras de saúde. "Quem discute normas, discute barreiras não-tarifárias", lembrou. A preocupação é válida porque o principal entrave entre o comércio dos Estados Unidos e da União Europeia são as barreiras não-tarifárias. Além disso, essas negociações poderiam beneficiar os parceiros brasileiros e desviar mercados do Brasil.
O ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, garantiu que no segundo semestre o Mercosul fará uma oferta à União Europeia rumo ao acordo comercial. "Vejo com otimismo", garantiu.
BITRIBUTAÇÃO - Robson Andrade afirmou que o acordo de bitributação entre Brasil e Alemanha é extremamente importante. "Temos trabalhado para que volte a acontecer", lembrou o presidente da CNI. Ele contou que em 2012, durante sua visita à Alemanha, o governo germânico ficou de mandar uma missão alemã ao Brasil, mas que os técnicos não vieram.
Segundo a secretária de Estado do Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha, Anne Ruth Herkes, o acordo de bitributação não é simples. "Precisamos de boa vontade. É um salto para dentro da água fria. Desejamos o acordo de bitributação, mas temos que ter paciência", disse Herkes.
Postado Por: portaldaindustria.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário